quinta-feira, 14 de junho de 2012

ESTADOS BRASILEIROS - SIGNIFICADOS DOS NOMES



Acre - o nome provavelmente vem de ‘aquiri’, corruptela de ‘uwákürü’, vocábulo do dialeto Ipurinã que denominava um rio local. Conta a História que, em 1878, o colonizador João Gabriel de Carvalho Melo fez um pedido por escrito a um comerciante paraense de mercadorias destinadas à ‘boca do rio Aquiri’. Só que o comerciante não entendeu a letra de Melo, que parecia ter escrito algo como ‘acri’ ou ‘aqri’, e as compras foram entregues ao colonizador com o destino ‘rio acre’.

Alagoas - deriva dos numerosos lagos e lagoas que banham a região. Só Maceió, a capital, possui 17 lagoas, entre mais de 30 em todo o Estado.

Amapá - a origem desse nome é controversa. Na língua tupi, o nome Amapá significa ‘o lugar da chuva’ – ‘ama’ (chuva) e ‘paba’ (lugar, estância, morada). A tradição diz, no entanto, que o nome teria vindo do nheengatu, uma espécie de dialeto tupi jesuítico, que significa ‘terra que acaba’, ou seja: ‘ilha’. Também pode se referir à árvore amapá (Hancornia amapa), muito comum na região. Sua seiva é usada como fortificante e estimulador do apetite.

Amazonas - o nome, que se transmitiu do rio à região e, depois, ao Estado, deve-se ao explorador espanhol Francisco de Orellana que, em 1541, ao chegar à região, teve de guerrear com uma tribo indígena. O cronista da expedição relatou que os guerreiros eram, na verdade, bravas índias. Elas foram comparadas às amazonas, mulheres guerreiras que, segundo lenda grega, retiravam o seio direito para melhor manejarem o arco-e-flecha.

Bahia - deriva da Baía de Todos os Santos, região onde atracou uma esquadra portuguesa em 1º de novembro de 1501, dia dedicado a Todos os Santos. Em 1534, quando o Brasil foi dividido em capitanias, havia uma orientação para que elas fossem batizadas com nomes dos acidentes mais notáveis nos seus territórios.

Ceará - vem de ‘ciará’ ou ‘siará’ – ‘canto da jandaia’, em tupi, um tipo de papagaio pequeno e grasnador.

Espírito Santo – o Estado originou-se de uma capitania doada a Vasco Fernandes Coutinho, que chegou à região no dia 23 de maio de 1535, um domingo do Espírito Santo (ou Pentecostes, 50 dias após a Páscoa), razão pela qual a capitania recebeu esse nome.

Goiás – deriva do nome dos índios guaiás, que ocupavam a região no final do século 16, quando lá chegaram os bandeirantes em busca de ouro.

Maranhão – outro nome com origem controversa. Uma das hipóteses é que venha do nheengatu ‘mara-nhã’, outra é que tenha origem no tupi ‘mbarã-nhana’ ou ‘pára-nhana’, que significa ‘rio que corre’. Outra possível origem está no cajueiro, árvore típica da região conhecida como ‘marañón’ em espanhol.

Mato Grosso – a denominação tem origem em meados da década de 1730 e foi dada pelos bandeirantes que chegaram a uma região onde as matas eram muito espessas. Embora a vegetação do Estado não seja cerrada e densa em toda a sua superfície, o nome foi mantido e se tornou oficial a partir de 1748.

Mato Grosso do Sul - a criação do Estado é resultado de um longo movimento separatista que teve sua origem em 1889, quando alguns políticos propuseram a transferência da capital de Mato Grosso para Corumbá. Na primeira metade do século 20, com a chegada de seringueiros, criadores de gado e exploradores de erva-mate à Região Sul, ficou clara a diferença entre as duas metades do Estado. E em 1977 ele foi desmembrado.

Minas Gerais – a existência na região de inúmeras minas com metais preciosos, descobertas pela exploração dos bandeirantes paulistas no final do século 18, deu origem ao nome do Estado. O motivo da junção do adjetivo ‘gerais’ para ‘minas’ pode ser por conta dos vários tipos de minérios ou também para diferenciar das minas particulares.

Pará – vem da palavra tupi ‘pa’ra’, que significa ‘mar’. Esse foi o nome dados pelos índios para o braço direito do rio Amazonas que, ao confluir com o Rio Tocantins, se alonga muito parecendo o mar.

Paraíba - vem da junção do tupi ‘pa’ra’ com ‘a’iba’, que significa ‘ruim, impraticável para a navegação’. O nome foi inicialmente dado ao rio e depois ao Estado.

Paraná – também formado pela junção de ‘pa’ra’ com ‘aña’, que significa ‘semelhante, parecido’. A palavra serviria para designar um rio semelhante ao mar.

Pernambuco – o nome vem do tupi-guarani ‘paranambuco’, junção de ‘para’nã’ (rio caudaloso) e ‘pu’ka’ (rebentar, furar) e significa ‘buraco no mar’. Os índios usavam essa palavra para os navios que furavam a barreira de recifes.

Piauí - do tupi ‘pi’awa’ ou ‘pi(‘ra)’awa’, que significa ‘piau, peixe grande’, com ‘i’ (rio). Ou seja, rio das piabas ou dos piaus.

Rio de Janeiro – em 1º de janeiro de 1502, uma expedição portuguesa sob o comando de Gaspar Lemos chegou ao que lhes parecia a foz de um grande rio, denominando o local como Rio de Janeiro, ao que é, na realidade, a entrada da barra da Baía de Guanabara.

Rio Grande do Norte – recebeu esse nome por conta do tamanho do Rio Potengi.

Rio Grande do Sul – primeiro chamado São Pedro do Rio Grande, por causa do canal que liga a lagoa dos Patos ao oceano.

Rondônia – originalmente criado como Território do Guaporé em 1943, trocou de nome em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao marechal Cândido Rondon (1865-1958), que desbravou a região.

Roraima - nome indígena local que significa serra verde ou monte verde. A palavra é formada pela junção de ‘roro’ ou ‘rora’ (verde) com ‘imã’ (serra ou monte).

São Paulo – o nome está relacionado com a data de fundação do Real Colégio de São Paulo de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, que originou a cidade de São Paulo. Essa data é comemorada pela Igreja Católica como o dia da conversão de Paulo ao cristianismo.

Sergipe – do tupi ‘si’ri-ï-pe’, que significa ‘rio dos siris’.

Santa Catarina – há duas possíveis origens para o nome. A primeira se refere a Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, que chegou à ilha por volta de 1526 e teria lhe dado esse nome em homenagem a sua mulher Catarina Medrano. Alguns historiadores, entretanto, acreditam que se trata de um oferecimento a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela Igreja no dia 25 de novembro.

Tocantins - nome de um grupo indígena que teria habitado a região junto à foz do Rio Tocantins. A palavra tupi significa ‘bico de tucano’.

domingo, 3 de junho de 2012

COLÉGIO SÃO LUIS - SIMULADO UPE - GABARITO



3º ANOS - SIMULADO DE SOCIOLOGIA - TIPO UPE
PROF. MARCOS LIMA (ARATU)


1. Sobre os conceitos de poder e dominação, tal como elaborados por Max Weber, é correto afirmar que:

A) a dominação prescinde do poder, uma vez que os indivíduos que se submetem a uma ordem de dominação não levam em conta os recursos que possuem aqueles que exercem a dominação.
B) são equivalentes, pois tanto um quanto outro são relações sociais às quais os indivíduos atribuem sentido, compartilhando, portanto, motivações.
C) toda relação de poder implica uma relação de dominação, já que a força sem uma base de legitimação não pode ser exercida.
D) não são equivalentes, pois a dominação supõe a presença do consentimento na relação entre “X” e “Y”, o que, necessariamente, não se dá com o poder.
E) O estudo sobre o poder não pode ser abordada por nenhuma ciência.


2. Karl Marx é considerado como um dos clássicos da Sociologia, juntamente com Émile Durkheim e Max Weber. O materialismo histórico é uma das principais ideias de Karl Marx, pois essa ideia tornou-se uma das mais revolucionárias teorias acerca do pensamento social, relacionando-se tanto no campo teórico como no campo da ação política. Qual das alternativas abaixo se aproxima do conceito de materialismo histórico?

a) Tem como base a defesa da evolução histórica a partir da evolução cultural, motivada pelo jusnaturalismo, que prevê a existência de direitos e leis naturais à qual os seres humanos estão eternamente presos.
b) A Doutrina Marxista vê o desenvolvimento da sociedade a partir do desenvolvimento da produção material, na qual a mudança na produção material leva à mudança no modo de produção, que por sua vez, leva à mudança na organização da sociedade.
c) A doutrina marxista é determinista, pois afirma que a mudança da produção de bens materiais sempre leva a uma mudança na sociedade, seja para melhor, seja para pior.
d) Período que compreende a transição do Capitalismo para o Socialismo na qual o Estado deixa de existir.
e) O sociólogo deve descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interessa estudar.


3. Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é correto afirmar:
a) A lei da hora-extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam das horas não pagas ao trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção das mercadorias.
b) A lei da mais valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que não são pagas ao trabalhador pelos proprietários dos meios de produção.
c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas.
d) A lei da mais valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu durante a jornada de trabalho.
e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de produção de excedentes e da apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de produção.



4. Em relação à teoria weberiana, assinale a única alternativa INCORRETA.

a) O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão e não diretamente o fato social.
b) Para Weber, existem três formas de poder: o carismático, o tradicional e o técnico irracional.
c) O Historicismo é entendido como uma tarefa do cientista como forma de compreensão das sociedades.
d) A tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interessa estudar.
e) A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre, e tais efeitos escapam ao controle e à previsão do agente.


5. Max Weber, sociólogo alemão, conceituou três tipos ideais de dominação: dominação legal, dominação tradicional e dominação carismática. São tipos ideais porque são construções conceituais que o investigador utiliza para fazer aproximações entre a teoria e o mundo empírico.

Leia a seguir o trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas:

Sigo o destino que é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. (VARGAS, G. Carta Testamento. Disponivel em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbd/verbetes_htm/5458_53.asp. Acesso em: 11 maio. 2012.)

Com base nos conhecimentos sobre os tipos ideais de dominação e levando em consideração o texto citado e as características históricas e políticas do período, assinale a única alternativa que apresenta a configuração correta do tipo de dominação exercida por Getúlio Vargas.

a) Dominação carismática e tradicional.
b) Dominação tradicional que se opõe à dominação carismática.
c) Dominação tradicional e legal.
d) Dominação legal e carismática.
e) Dominação legal que reforça a dominação tradicional.


6. A institucionalização do vestibular como forma de acesso ao ensino superior público é configurada como uma prática democrática balizada no mérito. De acordo com essa afirmação, o vestibular é um processo social do tipo:

a) Assimilação

b) Conflito

c) Competição

d) Adaptação

e) Acomodação


7. Assinale a alternativa em que a característica não corresponde ao modo de produção indicado:

a) modo de produção comunal primitivo: divisão natural do trabalho e dos meios de produção, com a produção coletiva da terra;
b) modo de produção asiático: o Estado detinha a propriedade jurídica da terra, havendo estratificação social.
c) modo de produção escravista: os donos de escravos eram igualmente proprietários da terra e dos meios de produção .
d) modo de produção capitalista: o proprietário dos meios de produção compra a força de trabalho de outrem para garantir a produção de bens;
e) modo de produção feudal: a propriedade da terra era dividida entre os senhores e os servos, com supremacia do poder real.


8. Em regimes escravocratas havia um determinado tipo de escravo. O ser humano escravizado era considerado como propriedade, um misto de animal com ferramenta.
Os senhores se beneficiavam ao explorar uma massa de escravos que não possuíam direitos. No seio daquelas sociedades, aos senhores eram destinados todos os bens produzidos e as garantias de determinado padrão de vida, enquanto aos escravos restava a imposição de suas condições precárias e humilhantes de existência. Essas características do modo de produção escravista dizem respeito, basicamente,

A) às forças produtivas.aos instrumentos de produção.
B) aos meios de produção.
C) às relações de produção.
D) Aos instrumentos de produção.
E) à matéria-prima.



GABARITO:

1 - D
2 - B
3 - C
4 - B
5 - D
6 - C
7 - E
8 - A

ÉTICA X MORAL



Por: THIAGO FIRMINO SILVANO

A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes.

Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.

Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.

Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.

A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente.

Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.

Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.


REFERÊNCIA

1 SILVA, José Cândido da; SUNG, Jung Mo. Conversando sobre ética e sociedade. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

2 CAMARGO, Marculino. Fundamentos da ética geral e profissional. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

3 VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 18. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

4 GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução à Ciência do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 1972.

5 VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Atlas, 2004.

6 MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1984.