quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A PRIMAVERA DE PRAGA

O Comitê Central do Partido Comunista da Tchecoslováquia iniciou a "renovação do socialismo" em 1968. Em janeiro foi aprovado um projeto que viabilizaria a descentralização burocrática, a democratização do partido e do aparelho estatal e estimularia a participação popular nas deliberações públicas. Na liderança estava o primeiro-ministro, o comunista Dubced. Na noite de 20 de agosto, tropas do Pacto de Varsóvia (a maioria eram soviéticas), totalizando mais 200 mil homens, ocuparam as ruas e principais pontos da cidade de Praga, fechando contatos com o exterior. As autoridades do governo de Praga foram enviadas a Moscou para interrogatórios. A censura foi intensificada. A polícia secreta soviética assumiu o controle das informações e saiu à caça dos "inimigos". Em outubro, o país é dividido em países autônomos e federados, tcheco e eslovaco. Em abril do ano seguinte, Debcek e seus companheiros foram depostos e substituídos por um governo servil a Moscou. A Primavera de Praga foi esmagada sem carnificina. Ao contrário, semelhante intervenção soviética na Hungria, em 1956, produzira a destituição de outro grupo comunista, mas com repressão e mortes, inclusive de civis. O termo "primavera" foi criado pela imprensa internacional da época, em alusão aos movimentos nacionalistas e socialistas de burguesias e operários europeus, realizados na primeira metade do século XIX e que ficaram conhecidos na História como a "Primavera dos Povos". Esta ia contra o retrocesso desencadeado pelo Congresso de Viena (1813-1815), o qual pretendia apagar os avanços produzidos pela Revolução Francesa e a Era de Napoleão. Até hoje, movimentos que estabelecem maior justiça social e encaminham reformas políticas recebem a mesma designação: "primavera de ...". À propósito, quantas "primaveras de povos" ainda serão necessárias?

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