quarta-feira, 29 de junho de 2011

REVISÃO PARA JULHO 2011 - COVEST/UPE/UNICAP





1. (COVEST) Com base nas diferentes línguas usadas pelos índios - na área de localização e em características culturais - os jesuítas classificaram os grandes grupos indígenas do Brasil:

0 0. no Nordeste, os Tupis-guaranis formavam um complexo etnolinguístico cujas tribos mais importantes foram potiguares, tabajaras, caetés, tupinambás e tupiniquins;
1 1. os aimorés, goitacases e cariris que, com outras tribos, formavam a nação dos gês, reagiram à implantação de fazendas de gado em suas terras;
2 2. os aruaques ou nuaruaques tornaram-se famosos pela adiantada cerâmica “marajoara”: peças de barros utilitárias, curiosamente ornamentadas;
3 3. os caraíbas habitavam a Amazônia e espalharam-se pela América central e pela América do Norte;
4 4. os gês e os caraíbas formaram um grande complexo etnolinguístico no norte do Brasil.


2. (COVEST) – Sobre a Conquista da “Terra Brasillis”, analise as proposições abaixo.

0 0 Alguns mapas anteriores ao ano de 1500 registram a existência da ilha Brasil ou das Sete Cidades.
1 1 Uma expedição comandada por Duarte Pacheco Pereira foi autorizada pelo rei D. Manuel a sair de Portugal e dirigir-se ao Brasil, em 1498.
2 2 A bula “Inter Coetera”, assinada por Alexandre VI, estabelecia que a África seria portuguesa e a América, espanhola. Portanto, considerando este documento o Brasil estaria fora do alcance português.
3 3 Espanhóis disputam, com os portugueses, a primazia de terem chegado à “Terra Brasilis”. Vicente Pinzón e Diego de Lepe são apontados como navegadores espanhóis que aportaram no litoral Norte-Nordeste.
4 4 “Quarta-feira, 22 de abril – e à Quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam de fura-buchos e neste dia a horas de véspera houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo... ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e a terra a Terra de Vera Cruz”. Esta descrição é um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel.

3. (UNICAP) O Brasil teve uma importância estratégica para Portugal, apesar de os portugueses terem passado 30 anos sem ocupar efetivamente o território brasileiro. Nos primeiros tempos de exploração da colônia, Portugal:

0-0) enviou diversas expedições exploradoras, com a finalidade específica de descobrir ouro, prata e diamante na região sul.
1-1) não encontrou nenhuma riqueza na colônia que merecesse ser exportada, quase desistindo, assim, da colonização.
2-2) conseguiu ajuda de alguns grupos indígenas para poder explorar o pau-brasil, produto que levava para fora da colônia.
3-3) enfrentou a presença estrangeira de europeus no litoral do Brasil, mas conseguiu superá-la.
4-4) não enviou expedições para proteger a colônia, deixando que houvesse contrabando de suas riquezas minerais e preferindo investir na África.


4. (UNICAP)-Uma análise da estrutura fundiária do Brasil-colônia nos revela as formas contraditórias da propriedade territorial do Brasil, hoje demonstradas nas lutas dos “sem-terra”.

0 0. As capitanias hereditárias somavam enormes faixas de terra, com larguras dentre 200 e 650 quilômetros, do litoral até a linha do Equador.
1 1. Os donatários das capitanias possuíam poderes que iam do direito de doar terras até cobrar impostos, escravizar e vender índios.
2 2. Os senhores de engenho recebiam terras, semente, isenção de impostos e auxílio financeiro da Corte.
3 3. Os donos dos engenhos no Brasil, além das terras recebidas, tinham isenção de tributos e garantias contra penhora de instrumentos de produção.
4 4. A colonização do Brasil se instituiu em privilégios territoriais, honrarias e títulos.


5. (COVEST) A concepção histórica - hoje ultrapassada - aponta a economia brasileira como tendo sido subordinada a ciclos, ou seja, movimentos que se iniciam a partir de um acontecimento, seguindo uma determinada evolução. Assinale a alternativa que descreve as atividades econômicas, no Brasil, sem o fundamento da teoria dos ciclos econômicos.

a) a extração do pau-brasil foi a primeira atividade econômica desenvolvida pelos portugueses na colônia. A forma desordenada, na exploração, levou o produto a se extinguir, dentro de poucos anos.
b) com a entrada do açúcar de beterraba no mercado internacional, a economia açucareira nordestina defrontou-se com o fim de uma etapa de grandes lucros, enfrentando decadência estrutural.
c) a presença holandesa, no Nordeste do Brasil, desorganizou a economia, contribuindo para a substituição do cultivo de cana-de-açúcar pela pecuária.
d) as Minas Gerais - região isolada pelo ciclo do ouro - passou a conviver com cidades e povoados fantasmas, em conseqüência do esgotamento das jazidas de ouro, prata e diamantes.
e) a extração do pau-brasil, a economia açucareira, o desenvolvimento da pecuária, o cultivo do algodão e a cultura de subsistência, no Brasil, articularam-se como uma cadeia de elos.

6. (UNICAP) Embora com a produção determinada pelo interesse externo, a colônia não se limitou aos “ciclos” do pau-brasil, do ouro e do açúcar. Em diferentes regiões e épocas, outros gêneros foram produzidos:

0 0. o algodão teve o Maranhão e o Grão-Pará como área de cultivo mais antigo;
1 1. o fumo, desenvolvido paralelamente à lavoura canavieira, serviu como valor de troca na África;
2 2. o trigo teve em Pernambuco sua maior produção, que era voltada para a exportação;
3 3. o cacau, de início coletado como “droga do sertão”, passou a ser produzido na época de Pombal;
4 4. a pesca do bacalhau desenvolveu-se nos séculos XVI e XVII, voltada para exportação e extração do óleo para iluminação.


7. (UPE) Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de todos os aspectos técnicos e organizacionais da indústria açucareira. Esses conhecimentos vão constituir a base para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe”.
(Furtado, celso - Formação Econômica do Brasil.)

Entre os aspectos relacionados abaixo, relativos à ocupação holandesa no Brasil colônia, no século XVII, alguns funcionaram como determinantes do processo da invasão e outros como desdobramentos desse mesmo processo. Considere 1) determinantes e 2) desdobramento.

( ) Portugal perde o monopólio da produção açucareira na América.
( ) União-ibérica (Portugal e Espanha)
( ) Formação econômica eminentemente comercial da Holanda.
( ) Exclusivo comercial.
( ) Crise na produção açucareira do Nordeste.
( ) Substituição do apoio financeiro holandês pelo inglês na produção do açúcar nordestino.

Assinale a alternativa correta.
a) 2, 2, 1, 1, 2, 2
b) 2, 1, 1, 1, 2 ,2
c) 2, 1, 2, 2,1, 1
d) 1, 2, 1, 1, 1, 2
e) 1, 2, 2, 2,1, 2


8. (COVEST) Considerando a presença estrangeira no Brasil colonial, assinale a alternativa correta.

a) Os franceses conseguiram fundar a França Antártica no Rio de Janeiro, o que não constituiu uma ameaça para o poder dos portugueses.
b) A presença holandesa no Brasil está relacionada com a produção do açúcar, não tendo, assim, nenhum conteúdo político.
c) O domínio holandês em Pernambuco contribuiu para recuperar, definitivamente, a economia açucareira e diminuir a escravidão.
d) As capitanias hereditárias em algumas regiões contribuiu para a ocupação das terras brasileiras, garantindo mais proteção contra estrangeiros.
e) A presença de europeus no território do Brasil está apenas relacionada com motivos religiosos e políticos.


9. (COVEST) - São considerados fatores decisivos para a expansão territorial brasileira do período colonial:

0 0 Bandeiras de preação que resgatassem índios e expedições fluviais, com as quais era feito o reconhecimento do terreno, com relação às riquezas a serem exploradas.


1 1 Monções de caráter comercial que partiam, na sua maioria, de São Paulo para o interior usando os rios como principais rotas.
2 2 O movimento de expansão das fazendas de gado do sertão pernambucano rumo ao sul: Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
3 3 A instalação de fazendas de gado e a exploração da borracha, por iniciativa de colonos paulistas na região do vale amazônico durante o século XVII.
4 4 O trabalho missionário jesuíta e carmelita no vale amazônico, iniciado, no século XVII com a instalação de missões e exploração de produtos da mata

10. (COVEST)
“Marinheiro pé de chumbo
calcanhar de frigideira
quem te deu a ousadia
de casar com brasileira !”

A quadrinha acima revela o espírito popular à época da “Guerra dos Mascates” - primeiros anos do século XVIII em Pernambuco.
Entre as alternativas abaixo, assinale aquelas que contribuíram para a eclosão desse conflito.

1. retomada do crescimento de Olinda, com prejuízos para as atividades comerciais do porto do Recife.
2. rivalidade entre antigos colonizadores e recém-chegados de Portugal, visto pelos primeiros com desconfiança e desprezo.
3. alta do preço do açúcar, implicando investimentos elevados na agricultura canavieira e endividamento dos Senhores de Engenho com mercadores estrangeiros.
4. prepotência dos mascates que, inconformados com a condição de Vila que tinha o Recife, atacaram Olinda.
5. dificuldades de afirmação social dos comerciantes, que lutavam pela obtenção do direito de concorrer às eleições da Câmara de Olinda.

a) 2 e 5
b) 3 e 4
c) 1 e 2
d) 3 e 5
e) 1 e 4


11. (UPE) Leia atentamente as afirmativas abaixo.

1. A Inconfidência Mineira teve um ideário político republicano e francamente abolicionista.
2. A revolta dos Alfaiates ameaçou a ordem social da Colônia, conseguindo resultados políticos inesperados.
3. A população colonial no Brasil pouco se empenhou para livrar-se do monopólio português, só acontecendo revoltas nas primeiras décadas do século XIX.
4. A chamada Revolução de 1817 em Pernambuco assemelhou-se em sua liderança política com a Revolta dos Alfaiates.

Após a leitura, conclui-se que:

a) só a 4 está correta;
b) todas estão corretas;
c) todas estão incorretas;
d) só a 1 está incorreta;
e) só a 3 está correta.


12. (UNICAP) A abertura dos portos, em 28 de janeiro de 1808, pôs fim ao monopólio português sobre o comércio brasileiro. Depois da abertura dos portos, inúmeras firmas inglesas vieram se estabelecer no Brasil, que recebeu uma variedade de produtos da Inglaterra.

0 0. D. João, Príncipe Regente, tomou medidas econômicas que favoreceram unicamente o Brasil.
1 1. embora a Inglaterra colhesse vantangens da abertura dos portos, o Brasil também foi favorecido.
2 2. na verdade, apenas a Inglaterra foi beneficiada com as medidas tomadas por D. João.
3 3. o monopólio, uma das bases do sistema mercantilista, foi extinto, o que significou o início da liberdade econômica da colônia em relação a Portugal.
4 4. A abertura dos portos representou o rompimento definitivo do pacto colonial e o início do processo de emancipação política da colônia.



13. (COVEST) – O processo político de emancipação do Brasil desenvolveu-se dentro de condições bastante especiais, dentre as quais é correto assinalar:

a) A presença de D. Pedro I, como regente do trono estabelecia a possibilidade de uma separação entre Portugal e Brasil, sem, contudo, romper radicalmente com o regime monárquico.
b) As primeiras notícias chegadas ao Brasil dos acontecimentos do Porto deflagraram, em todas as províncias brasileiras, movimentos de repúdio à revolução lusa, formando-se “Juntas Constitucionais”
c) A Revolução do Porto, fundamentada em idéias liberais, tinha entre seus objetivos a reforma constitucional portuguesa e a emancipação política das suas colônias, entre elas, o Brasil.

d) Nas Juntas Constitucionais formadas por brasileiros e portugueses, nas quais os brasileiros eram em maior número, havia a firma decisão de não se acatarem as resoluções tomadas pelas cortes em Lisboa, o que contrariava os interesses lusos.
e) Com relação ao Brasil, os revolucionários portugueses do Porto, mantinham a coerência com os postulados liberais, mostrando-se intransigentes defensores da emancipação política do brasileira.

14. (UPE) A primeira Assembléia Constituinte brasileira enfrentou dificuldades para discussão das suas propostas terminando por ser dissolvida por D. Pedro I em 1824. A Constituição outorgada pelo Imperador:

0 0. seguiu o modelo do liberalismo europeu, consagrando a harmonia entre os três poderes;
1 1. defendia idéias liberais, definindo uma estrutura de poder descentralizado;
2 2. incluía princípios liberais que estavam na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1789;
3 3. representou a vitória do autoritarismo do Imperador que teve suas atribuições políticas fortalecidas;
4 4. trouxe um sistema eleitoral censitário, que excluía a maior parte de população do direito ao voto.

15. (UPE) Leia atentamente as afirmativas abaixo:

I. Havia uma tradição liberal em Pernambuco que se manteve apesar da forte repressão ao movimento de 1817.
II. A dissolução da Assembléia Constituinte de 1823 repercutiu em Pernambuco, deixando os liberais mais descontentes com o Imperador.
III. A confederação do Equador conseguiu apoio de províncias insatisfeitas, rebeladas contra o Governo Central.
IV. A Confederação do Equador adotou provisoriamente o modelo da Constituição da Colômbia.

Após a leitura, conclui-se que:

a) todas estão corretas.
b) Apenas a III está incorreta.
c) A II e a III estão incorretas.
d) Só a I está correta.
e) Só a IV está correta.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

QUESTÃO DE FILOSOFIA DA SEMANA

Leia o seguinte trecho de um diálogo: (...)



Kobir: Porque, embora haja poucos motivos, se é que há algum, para supor que Deus existe, há algumas boas provas de que deve haver formas de vida extraterrestres.
Bob: Que provas? Não descobrimos vida em outros planetas.
Kobir: É verdade. Mas sabemos que a vida evoluiu aqui neste planeta, não sabemos? E também sabemos que há milhões de outros planetas no universo, muitos dos quais são bem semelhantes ao nosso. Nesse caso, não parece improvável que a vida deva ter evoluído pelo menos em um desses outros planetas também. Existem, portanto, boas provas para a existência de vida por lá. Só não temos provas conclusivas. Por outro lado, parece-me que há poucas provas, se é que há alguma, que sugiram que Deus existe (Arquivos filosóficos, de Stephen Law).
Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Kobir propõe um argumento de tipo indutivo para a existência de vida em outros planetas no universo.
b) O argumento de Kobir pode admitir contra-exemplo.
c) Kobir refuta a afirmação da existência de Deus.
d) Kobir admite que uma boa prova não precisa ser dedutivamente válida.
e) Kobir não afirma que, se não existem provas para a existência de Deus, então Deus não existe.

resp.:c

domingo, 19 de junho de 2011

PERÍODO MEDIEVAL – ALTA IDADE MÉDIA

• Introdução



- O período extende-se da queda do Império Romano (476 – séc. V) à tomada de Constantinopla pelos turcos (1453 – séc. XV).
- Os renascentistas (séc. XV-XVI) chamavam a Idade Média (V ao XV) de “uma longa noite de mil anos” ou “idade das Trevas”, desconsiderando os valores medievais e exaltando novos valores sócio-econômicos, mergulhando na cultura clássica e buscando o valor do homem, no sentido criativo e produtivo.

O surgimento do sistema feudal se deu a partir de:
a) Queda de Roma que pôs o fim ao escravismo.
b) Êxodo urbano que levou à luta pela sobrevivência.
c) Agricultura desenvolvida nas vilas que proporcionou autosuficiência.
d) Ruralização desenvolvida pelas invasões bárbaras.
e) Ocupação pelos árabes do Mar Mediterrâneo (séc. VIII) que impossibilitou comércio com o Oriente.

Os dois elementos formavam o modo de produção feudal, e abrangiam uma totalidade de relações sócio-econômico-político-ideológicas.
Estes princípios baseavam-se no trabalho do homem transformando a natureza, extraindo bens à sobrevivência.

- Caracteriza o Modo de Produção Feudal
a) Economia agrária e amonetária.
b) Economia auto-suficiente
c) Base da economia – agricultura de subsistência
d) Propriedade pertencia aos senhores feudais (clero e nobreza).
e) Unidade produtiva – o feudo – funcionava de acordo com o esquema abaixo.




As terras da reserva senhorial – sempre as melhores – eram distribuídas em toda a extensão da propriedade, de modo a haver terras de qualidade variada. O mesmo acontecia com os lotes de propriedade dos servos, as tenências, que formavam faixas de terra espalhadas pelos três campos de modo não-contínuo.
O tamanho da tenência variava de acordo com a fertilidade da terra, com os instrumentos que o servo tinha para trabalhar e até mesmo com o número de filhos para ajudá-lo. Em algumas regiões, mudava-se todos os anos a tenência de cada servo; para isso, tirava-se a sorte.
O feudo produzia tudo e de tudo que necessitava (não produzia excedentes).

• A sociedade feudal

Formava uma sociedade estamental, isto é, composta por dois estamentos ou grupos sociais com estatus fixo: os senhores feudais e servos, estratificada e sem mobilidade social.
A posse da terra diferenciava os grupos sociais.


Obs.: Vilões (antigos proprietários livres) eram servos com menos deveres e mais liberdade.

Os servos compunham a maioria da população, presos à terra (colonato romano), explorados e obrigados a prestação de serviços ao senhor e pagar-lhe tributos em troca do uso da terra e de proteção de serviços ao senhor e pagar-lhe tributos em troca do uso da terra e de proteção militar (comitatus germânico).

As principais obrigações dos servos para com o senhor eram: a) a Corvéia; b) as redevances (retribuições); c) as prestações.

- Corvéia: consistia no trabalho forçado dos servos e vilões no cultivo da reserva senhorial. O pagamento da corvéia em geral era fixado em 3 dias semanais (podia variar de 2 a 5 dias). Esse trabalho podia ser estendido à construção e reparação de pontes, estradas, represas e canais.
- Redevances: eram as retribuições pagas tanto em produtos quanto em dinheiro. As redevances eram numerosas:
 capitação: imposto por cabeça pago somente pelos servos.
 censo: (também chamado foro): espécie de renda paga somente pelos vilões ou homens livres.
 talha: correspondia a uma parte da produção obtida nos campos dos servos ou dos vilões.
 banalidades: presentes obrigatórios em ocasiões festivas e, principalmente, o dízimo, pago ao senhor pelo uso das instalações do domínio (celeiro, moinho, forno, lagar, tonéis e moradia).
 taxas de justiça: cobradas pelo senhor quando o servo cometia uma infração e requeria julgamento em um tribunal presidido pelo senhor ou seu representante.
 taxas de casamento (formariage): cobradas quando o servo casava com uma mulher de fora da propriedade.
 mão morta: tributo pago após a morte do servo, no momento da transmissão da herança aos herdeiros.
 prestações: (albergagem) – espécie de hospitalidade forçada que os servos e vilões deviam oferecer aos grandes barões locais por ocasião das suas viagens, fornecendo alojamento e alimentação para toda a comitiva.

Havia ainda uma outra obrigação do servo. Era o tostão de Pedro, taxa que a Igreja cobrava em épocas especiais e que enviava ao papa, em Roma.
A terra indicava o poder e riqueza, por “falta” de moeda. Estimulou-se, portanto, a prática de retribuir serviços prestados com a concessão de terras. Os que cediam as terras eram suseranos e os que recebiam, vassalos.
Vassalo jurava a fidelidade e Suserano, reciprocidade, na defesa e ajuda mútua.


• O poder real

Na prática, o rei possuía suprema autoridade em seus territórios (feudos). Da forma como surgiu o Feudalismo, com as conquistas bárbaras, cada um ocupava um território e o dominava com seus poderes. Assim, enfraqueceu o poder real perante um reino.

• O Teocentrismo Cristão

A igreja cristão tornou-se a maior senhora feudal, por isso exerceu a hegemonia ideológica e cultural, caracterizada pelo teocentrismo, cujas características foram:
a) Theus = Deus – centro das atenções.
b) Imposição do idealismo religioso: “Senhores obrigados a venerar e amar a Deus e servos obrigados a venerar e amar o seu senhor”, (em troca do paraíso celestial) – portanto, submissão à fé, isto é, à igreja.

A ALTA IDADE MÉDIA

O império romano do oriente – Império Bizantino

• Origem

O império iniciou sua edificação na antiga colônia grega de Bizâncio. A cidade de Constantinopla, hoje Istambul, ali construída pelo imperador romano Constantino (313 a 337) transformou-se rapidamente no principal centro econômico e político no império romano do oriente.

A cidade pela sua privilegiada posição geográfica, entre mares Egeu e Negro desenvolveu forte comércio e próspera agricultura.
Com sua forte economia, o Império Romano do Oriente centralizado e despótico, conseguiu obter recursos para resistir às invasões bárbaras e sobreviveu até 1453, quando os canhões de Maomé II conseguiram destruir poderosas muralhas do Império.

Nas extensas áreas da terra utilizou trabalho de colonos livres e de escravos.

• Características

O império preservou as instituições latinas como normas político-administrativas e o latim. Porém, por causa do desenvolvimento do comércio no qual os gregos tiveram grande influência, foi adotada a partir do séc. VIII a língua grega como oficial. Assim entrou no processo da orientalização.
O imperador chefiava o exército e a Igreja, como representante de Deus. Era auxiliado por uma enorme burocracia.

• Justiniano (527-565)

O mais celebre imperador que assumiu o poder pelo golpe de estado marcado pelas influências da sua esposa Teodora (atriz).

Realizações
a) o Império viveu o máximo esplendor.
b) ampliou as fronteiras – tentando reconstruir o Império Romano na sua totalidade (conseguiu em parte).
c) Compilou o Direito Romano e o organizou em Corpo do Direito Civil – Corpus Juris Cívilis – dividido em:
- código (leis romanas).
- digestos (comentários e estas leis)
- institutas (princípios fundamentais do Direito Romano)
- novelas (novas leis)



O corpo do Direito Civil dava poderes ilimitados ao imperador, privilegiava a Igreja e a aristocracia, e marginalizava colonos e escravos, obrigados a pagarem altos impostos para garantir o esplendor do Império e financiar as investidas militares.
Reprimia com violência revoltas sociais que reivindicavam seus direitos, a maior chamada Nika (vem do grego Nike – vitória) que os revoltosos utilizavam como grito de rebelião.
Construiu a igreja de Santa Sofia com estilo próprio – o bizantino – como símbolo do poder do estado e da igreja cristã. (traço marcante, imensa cúpula e mosáicos representando Cristo e cenas do evangelho.

• Cristianismo

Influenciado pelos gregos e asiáticos teve características próprias – diferentes do cristianismo ocidental, como:
a) desprezo por elementos materiais e exaltação da espiritualidade. O imperador impedia a representação das imagens – íncones – o que proporcionou o movimento iconoclasta (destruir as imagens, que contrariava o papa Leão III).
b) Outra heresia – monofisista defendia apenas natureza divina e espiritual de Cristo e negava o dogma da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
c) As heresias provocaram constantes agitações populares o que levou os imperadores às intervenções na igreja e deu origem ao cesaropapismo (igreja submissa ao poder imperial).

O patriarca de Constantinopla administrava a Igreja Oriental e adquiria cada vez maior autonomia em relação ao papado de Roma. Estes fatores levaram à separação da Igreja do Oriente da do Ocidente em 1054 – o Cisma do Oriente. Assim surgiu a Igreja Ortodoxa (com sua doutrina definida).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

QUESTÃO DE SOCIOLOGIA DA SEMANA

UEL PR)


Texto I

Thomas Malthus (1766-1834) assegurava que, se a população não fosse de algum modo contida, dobraria de 25 em 25 anos, crescendo em progressão geométrica, ao passo que, dadas as condições médias da terra disponíveis em seu tempo, os meios de subsistência só poderiam aumentar, no máximo, em progressão aritmética.

Texto II

A idéia de um mundo famélico assombra a humanidade desde que Thomas Malthus previu que no futuro não haveria comida em quantidade suficiente para todos.
Organismos internacionais – Organização das Nações Unidas, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional – chamaram a atenção para a gravidade dos problemas decorrentes da alta dos alimentos. O Banco Mundial prevê que 100 milhões de pessoas poderão submergir na linha que separa a pobreza da miséria absoluta devido ao encarecimento da comida.
(Adaptado: FRANÇA, R. O fantasma de Malthus. Veja. 23 abr. 2008.)

Para K. Marx (1818-1883), a teoria malthusiana do crescimento populacional:
a) permitia entender, de modo científico, as razões pelas quais os proletários teriam dificuldades para ascender socialmente.
b) apresentava as bases adequadas sobre as quais se deveria elaborar a teoria do valor trabalho.
c) reforçava valores da burguesia ascendente que, posteriormente a 1848, assumia posições cada vez mais conservadoras.
d) era o primeiro passo na construção de uma teoria explicativa do real caráter de classe da sociedade burguesa.
e) apreendia a essência do proletariado moderno e os motivos pelos quais a classe burguesa estaria fadada a desaparecer.

Gab: C

quinta-feira, 9 de junho de 2011

POP-ART




Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.

Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.
Principais Artistas:
Robert Rauschenberg (1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados.
Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.

Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

Andy Warhol (1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro.
Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal

OS 10 PRINCÍPIOS PARA O USO DA INTERNET




Princípios para a governança e uso da internet, estabelecidos pelo Comitê Gestor da Internet (CGI):

1. Liberdade, privacidade e direitos humanos - O uso da internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática.

2.Governança democrática e colaborativa - A governança da internet deve ser exercida de forma transparente, multilateral e democrática, com a participação dos vários setores da sociedade, preservando e estimulando o seu caráter de criação coletiva.

3.Universalidade - O acesso à internet deve ser universal para que ela seja um meio para o desenvolvimento social e humano, contribuindo para a construção de uma sociedade inclusiva e não discriminatória em benefício de todos.

4. Diversidade - A diversidade cultural deve ser respeitada e preservada e sua expressão deve ser estimulada, sem a imposição de crenças, costumes ou valores.

5.Inovação - A governança da internet deve promover a contínua evolução e ampla difusão de novas tecnologias e modelos de uso e acesso.

6.Neutralidade da rede - Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento.

7.Inimputabilidade da rede - O combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte, sempre preservando os princípios maiores de defesa da liberdade, da privacidade e do respeito aos direitos humanos.

8. Funcionalidade, segurança e estabilidade - A estabilidade, a segurança e a funcionalidade globais da rede devem ser preservadas de forma ativa através de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e estímulo ao uso das boas práticas.

9.Padronização e interoperabilidade - A internet deve basear-se em padrões abertos que permitam a interoperabilidade e a participação de todos em seu desenvolvimento.

10.Ambiente legal e regulatório - O ambiente legal e regulatório deve preservar a dinâmica da internet como espaço de colaboração.

Fonte: www.cgi.br /regulamentacao/resolucao2009-003.htm

quinta-feira, 2 de junho de 2011

QUESTÃO DE HISTÓRIA DA SEMANA


"... nunca certas previsões do marxismo pareceram mais verdadeiras do que hoje: o que não deixa de ser bastante irônico, se considerarmos que isso se dá no momento em que o marxismo está desacreditado como filosofia social" (Quentin Skinner, historiador inglês, 1998).
O que permite ao autor sustentar, respectivamente, a tese do descrédito e da validade do marxismo, fundamenta-se


a) no fracasso das experiências socialistas em nosso século e no aumento extraordinário tanto da riqueza quanto da pobreza no mundo;
b) no êxito do capitalismo em eliminar as crises financeiras periódicas e no seu fracasso em fazer diminuir a população mundial;
c) na capacidade do capitalismo para controlar a pobreza e na sua dificuldade para desenvolver tecnologias que resolvessem problemas ambientais;
d) no desaparecimento da luta de classes e na intensificação da concorrência e do conflito imperialista entre as potências capitalistas;
e) no êxito do capitalismo em globalizar a economia e na incapacidade do "Welfare State" (Estado do Bem-Estar Social) para humanizar o capitalismo.

resp.: a