quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PRÉ-HISTÓRIA




Conhecemos por Pré-História o longo período da existência do homem que se situa entre o surgimento do homem e a invenção da escrita.
Nesse período, ocorreu a longa e lenta evolução do homem, desde o surgimento do australopithecus - nosso antepassado mais longínquo - até o homem de Cro¬Magnon, que possui características semelhantes às do homem atual.

Os Hominídeos Fósseis

Os hominídeos são os antecedentes diretos do homem. Até hoje, os fósseis mais antigos de hominídeos de que temos notícia foram descobertos na Tanzânia, na África, o que confirma a hipótese de que o berço da humanidade é, realmente, o continente africano.

Em 1924, foi encontrado, na África do Sul, o primeiro crânio de um australopithecus (macaco do sul). Achados arqueológicos, na década de 50, mostram que o australopithecus já possuía posição ereta. Sabemos que são vários os tipos de australopithecus e que ele viveu há cerca de 3 milhões de anos nas savanas da África. Sua altura era de aproximadamente 1,3 metro de altura, pesava cerca de 30 quilos e sua capacidade craniana era de 500 cm3, pouco maior que a de um chimpanzé, que é de 400 cm3. Em 1974, foi encontrado um fóssil do sexo feminino de aproximadamente 20 anos de idade, que foi nomeado de Lucy.
Até hoje não ficou esclarecido como ocorreu o desaparecimento dos australopithecus. Supõe-se que eles tenham sido destruídos em confrontos com hominídeos mais evoluídos, que já conheciam instrumentos de pedra.

 Homo habilis

Viveu há aproximadamente 2 milhões de anos, tendo sido contemporâneo do australopithecus. Sua capacidade craniana era de aproximadamente 800 cm3. Foi o primeiro hominídeo a apresentar habilidade com as mãos, daí ser chamado de homo habilis (homem hábil), e a fabricar instrumentos de pedra. Com esses instrumentos, era capaz de esquartejar animais que haviam sido mortos por predadores e, dessa forma, incluia a carne em sua dieta.

 Homo erectus ou Pithecantropus erectus

O Homo erectus surgiu na África centro-oriental, aproximadamente 500 mil anos após o surgimento do Homo habilis. O primeiro fóssil de Homo erectus foi encontrado em Java, em 1890, e recebeu o nome de homem de Java. Os exames realizados indicam que o homem de Java viveu há 700 mil anos, tinha, no máximo, 1,50 metro de altura e seu cérebro aproximadamente 1 000 cm3.
O homem de Pequim, encontrado na China em 1926, é outro exemplar do Homo erectus, que viveu há 300 mil anos. Objetos encontrados juntamente com esse fóssil indicam que ele já havia atingido um elevado estágio de desenvolvimento. O acabamento de seus instrumentos era de melhor qualidade que os do Homo habilis, e há 500 mil anos ele já dominava o fogo e construía seus abrigos.
O estudo dos fósseis do Homo erectus permite a conclusão de que eles tinham a capacidade de articular sons, podendo assim ter desenvolvido uma linguagem falada através da qual podem ter transmiti¬do conhecimentos a seus descendentes.
Os especialistas supõem que, por motivos desconhecidos, o Homo erectus tenha saído da África para povoar a Ásia e a Europa.

 Homo sapiens

O Homo sapiens surgiu há 350 mil anos. De acordo com os especialistas, existem dois tipos de Homo sapiens: o homem de Neanderthal e o homem de Cro-Magnon.

 O Homem de Neanderthal
Foi encontrado na Alemanha em 1856. Fisicamente esses hominídeos eram robustos, tinham o crânio levemente achatado e pouco queixo. Sua altura era cerca de 1,60 metro e sua capacidade craniana era de 1 500 cm3. Eram caçadores e viviam em regiões da Europa e do Oriente Médio, onde caçavam mamíferos de grande porte.
Algumas práticas, como o sepultamento dos corpos em posição fetal e cobertos de flores, indicam o nível elaborado de sua organização social. Provavelmente, eles já se expressavam pela linguagem falada. O Homem de Neanderthal desapareceu há 35 000 anos e, até hoje, não se sabe a razão de sua extinção.

 O Homem de Cro-Magnon

Em 1868, foi encontrado na França um fóssil do que ficou conhecido como o Homem de Cro-Magnon. Ele surgiu há aproximadamente 40 000 anos e, até hoje, não se sabe com certeza se houve alguma convivência entre o Homem de Neanderthal e o de Cro-Magnon. Fisica¬mente, o Homem de Cro-Magnon era diferente do Homem de Neanderthal. Era alto, cerca de 1,80 metro, sua arcada superior era menos saliente, o volume de seu cérebro era de 1 600 cm3, seu queixo arredondado, semelhante ao do homem atual. Fabricante de excelentes ferramen¬tas, o Homem de Cro-Magnon tinha também o hábito de fazer pinturas nas cavernas onde morava. O homem atual, conhecido também como Homo sapiens sapiens, possui capacidade craniana, altura e peso semelhantes ao de Cro-Magnon.
Juntamente com os fósseis, os arqueólogos costumam encontrar diversos objetos, que são de materiais variados, e o tipo de material indica o grau de desenvolvimento daquela comunidade. Portanto, de acordo com o material utilizado em seus instru¬mentos (pedra, osso, madeira ou metal), os arqueólogos dividiram as culturas pré¬-históricas em três grandes períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, Neolítico ou Idade da Pedra Polida e Idade dos Metais.

Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada

O Paleolítico - primeiro período da Pré¬-História - durou desde o aparecimento do homem até aproximadamente 10000 a.C. Nele, devido a sua fragilidade física, o homem encontrava-se em situação de extrema desvantagem e dependência em relação à natureza.
Nessa época, os homens viviam da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes, eram nômades e já apresentavam formas elementares de linguagem articulada. Construíam instrumentos de pedra lascada, ossos, chifres e madeiras. No final do paleolítico, o homem passou a utilizar também o arco e a flecha, o que tornava a caça mais rápida e eficiente. A partir de 12000 a.C., aproximadamente, o homem começou a fazer pinturas nas paredes das cavernas onde habitava. O tema de suas pinturas era, em geral, os animais que eles caçavam. Através da pintura, eles acreditavam conseguir dominá -los. Essa forma de arte do homem do paleolítico ficou conhecida como Arte Rupestre.


Durante o paleolítico, o homem descobriu e dominou o fogo, o que, para ele, representou um grande avanço. A partir do domínio do fogo, o homem passou a habitar as cavernas, a cozinhar a carne e outros alimentos, melhorando assim sua dieta; pôde também aquecer-se do rigor do frio e proteger-se dos animais selvagens.
Alguns hábitos como o sepultamento dos mortos, a pintura de seus corpos e a presença de objetos junto aos túmulos são um forte indício de que o homem primitivo acreditava na vida após a morte; o que indica, portanto, que ele já desenvolvia uma vida espiritual, porém não caracterizando ainda uma religião.
A transição do paleolítico para o neolítico é marcada por uma mudança econômica significativa na vida do homem, que passa da caça e coleta para a agricultura e o pastoreio.

Neolítico ou Idade da Pedra Polida

O Neolítico se estende, aproximadamente, do ano 10000 a.C. até 5000 a.C. e representa um período de transformações bastante significativas na vida do homem, perceben¬do-se, inclusive, a transformação da relação do homem com a natureza, passando o homem a ter um maior controle sobre ela.
Durante o neolítico, o homem passa a praticar a agricultura e a domesticação de animais. Essas práticas vão causar uma verdadeira revolução na vida humana. Com a produção de seus alimentos, a partir da agricultura, o homem deixa de ter necessidade de se deslocar à procura de alimentação, tornando-se, portanto, sedentário e fixando-se nas proximidades de grandes rios.
A domesticação de animais como a cabra, o cavalo, a ovelha e o porco possibilitou a produção de carne, leite, peles e lã. Com a lã e o linho, extraídos de fibras vegetais, o homem desenvolveu a fiação e a tecelagem, confeccionando roupas mais adequadas aos variados climas.
Com a sedentarização e a agricultura, o homem começou a ter necessidade de armazenar os grãos; dessa forma, passou a modelar a argila e fazer recipientes de cerâmica que, além de servirem para o armazenamento, serviam também para cozinhar os alimentos.


O desenvolvimento das diversas atividades como agricultura, pastoreio, tecelagem e cerâmica provocou uma especialização e uma maior divisão do trabalho. Surgiu assim, entre os pastores, coletores, ceramistas e tecelões a necessidade de intercambiar seus produtos, dando origem a uma economia de trocas que introduzia o comércio.

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