domingo, 24 de outubro de 2010

FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA SOCIEDADE


FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA SOCIEDADE
PROF. MARCOS LIMA

O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas Assim é, com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. A produção é a maior força econômica de uma sociedade; ela precede e, em alguns casos, determina o modo de distribuição dos bens produzidos e o seu consumo pelos indivíduos. Juntos, os processos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços formam os fundamentos econômicos da sociedade.
Quando vamos a um supermercado e compramos gêneros alimentícios, bebidas, calçados, material de limpeza, etc., estamos adquirindo bens. Da mesma forma, quando pagamos a passagem do ônibus ou uma consulta medica, estamos pagando um serviço.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou sejam, participam da vida econômica da sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participa da vida econômica de uma nação é o conjunto de indivíduos que participa da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Sendo a atividade de produção a mais importante.

Bens e serviços – bens são todas as coisas palpáveis, concretas, e que são produzidas para satisfazer as necessidades do homem. Já uma consulta médica, uma aula, a entrega de um jormal, são exemplos de serviços. O homem com o seu trabalho pode produzir bens e serviços.

Produção – é a transformação da natureza da qual resultam bens que vão satisfazer as necessidades do homem.

Trabalho – É toda atividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou mental, da qual resultam bens e serviços. Todo trabalho é sempre uma combinação desses dois tipos de atividades (manual e intelectual) – que apenas aparecem, em cada caso, com pesos diferentes. O trabalho pode ser classificado como:

 Trabalho qualificado – não pode ser realizado sem certo grau de aprendizagem. O trabalho predominantemente intelectual é geralmente qualificado.
 Trabalho não qualificado – pode ser realizado praticamente sem aprendizagem. Por exemplo temos o trabalho de um servente de pedreiro.

Força de trabalho - A costureira, ao trabalhar, gasta energia física e mental. Esta energia gasta durante o processo de trabalho é chamada de força de trabalho.

Matéria-prima:Os objetos que, no processo de produção, são transformados para constituírem o bem final são chamados de matéria-prima.

Recursos naturais: Os homens, visando obter os bens e serviços de que necessitam, utilizam-se de recursos como o solo (para a agricultura e a pecuária), o subsolo (para a mineração) e os rios e quedas-d’agua (para a navegação e a produção de energia).
O conceito de recursos naturais é relativo, isto é, ele varia no tempo e no espaço. O que é recurso natural num processo de produção capitalista, acessível e incorporável à atividade econômica de uma nação, pode não sê-lo numa comunidade primitiva.
Assim, recursos naturais são elementos da natureza acessíveis e que podem ser incorporados à atividade econômica do homem.

Instrumentos de produção: Todas as coisas que direta ou indiretamente nos permitem transformar a matéria-prima num bem final são chamados de instrumentos de produção.
Os instrumentos de produção que nos permitem transformar diretamente a matéria-prima são as ferramentas de trabalho, os equipamentos e as máquinas. Os instrumentos de produção que atuam de forma indireta – mas não menos necessária -, ainda no exemplo da costureira, são o local de trabalho, a iluminação etc.
Assim, instrumentos de produção é todo bem utilizado pelo homem na produção de outros bens e serviços. O homem recorre aos instrumentos de produção na sua atividade produtiva, pois dessa forma obtém maior eficiência no seu trabalho.

Meios de produção: Sem matéria-prima e sem instrumentos de produção não se pode produzir nada. Eles são os meios materiais para realizar qualquer tipo de trabalho. Por isso, chamados de meios de produção. Portanto, são meios de produção todos os objetos matérias que intervêm no processo produtivo. Toda empresa combina no seu processo produtivo – cada uma a seu modo – o trabalho e os meios de produção. Sem o trabalho humano nada pode ser produzido, e sem os meios de produção o homem não pode trabalhar. Ao conjunto dos meios de produção mais o trabalho humano damos o nome de forças produtivas. E as forças produtivas alteram-se ao longo da História.

Modos de Produção: O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. O homem, à partir dos seus primeiros agrupamentos sociais, até hoje, desenvolveu, de acordo com as suas necessidades diversas formas de produzir seus alimentos e seus utensílios. Estas necessidades se dão de maneiras diferentes de acordo com fatores específicos como a proximidade das águas, o tipo de relevo, se existem agrupamentos hostis nas proximidades, se existem animais ou a possibilidade do adestramento destes, portanto, o desenvolvimento dos modos de produção se dão de forma diferenciada em diversas localidades do planeta.

Modo de produção primitivo: O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.
Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.
As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.
Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação.
Modo de produção escravista: Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinham nenhum direito.
Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.

Modo de produção asiático: O modo de produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia e também na África do século passado.
Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos, que era forçados, e pelos camponeses, que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam. A parcela maior prejudicando cada vez mais o meio de produção asiático.
Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático:
• A propriedade de terra pelos nobres;
• O alto custo de manutenção dos setores improdutivos;
• A rebelião dos escravos.
Modo de produção feudal: A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção.
Modo de produção capitalista: O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
O capitalismo compreende quatro etapas:
• Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas.
• Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum.
• Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam à atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.
• Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a industria, à pecuária, e ao comercio.
Modo de produção socialista: A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual.

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